Estafei. Não, não é frescura. Meu cérebro deixou de responder por 15 minutos. Eu não entendia qualquer coisa dita, minha musculatura travou completamente e eu parecia estar em choque. Não, eu não estava deprimida (não que eu tivesse percebido, claro, mas deveria haver algo triste sendo mascarado por tanto estudo). Pra falar a verdade, nem percebi que estava exigindo tanto assim do meu cérebro.
O neurocirurgião Fernando Gomes Pinto, do Hospital das Clínicas de São Paulo, explica em entrevista para a coluna “Bem-estar” da Revista Minha Vida, que é como se existisse uma estrela dentro do cérebro, sendo cada ponta um aspecto da vida: profissão, estudos, lazer, relacionamento amoroso, família, bens materiais. Dedicando-se demais a um ou dois desses itens, a estrela se deforma porque falta energia e tempo para as outras pontas. Como resultado, o cérebro, literalmente, entra em PANE. Ainda segundo o médico, fazer exercícios físicos em excesso deixa seu corpo exausto durante dias, o mesmo acontece com a mente quando há excesso de atividades intelectuais e pressão por raciocínios complexos. Se os lobos frontais do cérebro são usados em excesso, ele entra em processo de esgotamento e não trabalha direito.
Em muitos sites, podemos encontrar um caminho prático pra essa coisa toda:
O primeiro caminho da estafa é o das doenças específicas, com anemia, depressão, alergias, doenças reumáticas, cardíacas ou pulmonares, entre inúmeras outras.
O segundo caminho da estafa é a Síndrome da Fadiga Crônica (SFC). O “síndrome” é utilizado porque a SFC não é uma doenças única, é um conjunto de sinais e sintomas que indicam alterações de vários órgãos do organismo.
O terceiro caminho da estafa é a Síndrome do Burnout, um tipo bastante específico de estresse emocional que acaba levando à exaustão.
E o quarto caminho da estafa é a Desnutrição Celular, a falta ou baixa de nutrientes como vitaminas, minerais ou aminoácidos.
Essa divisão nem sempre é clara, muitas vezes dois ou os três caminhos estão mesclados. Este vídeo de 14 minutos é de uma entrevista com o neurocirurgião Fernando Gomes e vale muito à pena conferir.
Eu sempre achei que não havia limites para o cérebro. Quanto mais o forçamos, mais treinado ele fica. Na verdade, eu continuo achando isso e, sinceramente, acho que “estafei” por não ter cuidado do equilíbrio geral do corpo e não por ter forçado a mente. Portanto, meus amigos e familiares continuam entrando em pânico quando chegam aqui pra me visitar, depois que eu voltei do hospital, e me vêm com um livro na mão. Teve um que até arrancou o livro “EINSTEIN – SUA VIDA, SEU UNIVERSO” da minha mão e jogou pela janela. Pô! Meu Livro! Era só pra passar o tempo, eu juro! (risos)
E o pior é que eu estafei em um momento em que não estava estudando tanto. De fato, eu nem sou de estudar demais. Tenho preguiça, como muita gente. Mas o esgotamento veio de outra coisa. Veio de tudo o que eu estava exigindo de mim mesma. Do medo dos 30 anos, de estar começando tudo de novo, em um momento em que todas minhas amigas já estão casadas e com filhos. Quando resolvi voltar pra faculdade, já estava com 27 anos. Comecei tudo de novo, outra carreira, outros sonhos, outros amigos, outros amores. TUDO DE NOVO. Como se eu tivesse 18 anos. Isso pesou, um mês antes do meu aniversário.
Poucos amigos entenderam o que eu passei, o motivo do meu cérebro ter dito “CHEGA, MENINA”. Sumi. E para os que ficaram eu, simplesmente, omiti. Fingi que estava tudo bem. Terminei relacionamento dizendo “não foi nada, só não quero mais, não me importo mais”. Mentira. Mas juro que este processo lento de exaustão mental me fazia achar que o meu coração estava congelado. Eu não conseguia mais chorar.
É claro que a Ju esteve do meu lado e queria compartilhar com vocês a análise que ela fez de mim mesma, em apenas 10 minutos. Queria contar, por me fazer bem dizer pra outras pessoas que existem pessoas como ela ao meu lado. São poucas, mas existem. E são essas pessoas que te entendem, que te salvam a vida, que sabem o que dizer, como dizer e como recuar. Afinal, só as pessoas que te amam podem te entender e só elas saberiam mais sobre você do que você mesma. “Não foi o esforço que eu fiz e sim a cobrança que eu estava impondo”. Sim, o problema foi o que eu estava “esperando de mim”. Mas poucas pessoas são capazes de enxergar e te dizer isso.
E vamos ao que a Ju me disse:
“Lô, você tem que botar na sua cabeça que essas provas e testes não são de nada.Elas não definem o curso da sua vida. Você está indo bem, está no caminho certo, está prestes a conquistar coisas grandes, mas essas coisas não te definem, nenhuma destas coisas. Não é namorado, família, mãe, filho, dinheiro, carreira, bolsa, nada disso. Você é um conjunto, uma pessoa única que já passou por muitos desafios nessa vida e sobreviveu. Você é o resultado de uma combinação infinita e não é um teste ou mais um desafio que vai te derrubar. Você tem que ser um pouco mais lógica consigo mesma, tentar se olhar do lado de fora e se ver como eu te vejo: você é uma pessoa admirável que já conquistou muito apesar de ter tido que lutar contra vários empecilhos. Você é muito dura consigo mesma. Eu sei que você não fala, mas eu sei, eu noto isso. Você se julga muito pela sua aparência, pelas suas notas, pelo que tem ou não tem, o que faz ou não faz. Isso não é justo com você mesma. Você se machuca muito. Você é sua pior inimiga!”
Não pensem que foi duro ouvir isso tudo dela! Eu adorei. “VOCÊ É SUA PIOR INIMIGA.” Nossa! Adorei essa parte! É preciso ter coragem pra dizer isso para alguém, não? Coragem e segurança. Saber que pode dizer O QUE FOR para outra pessoa, sem ter medo de perdê-la. Isso é cumplicidade.
E pra terminar, mesmo que toda esta explicação sobre estafa mental e esgotamento não tenha servido pra muita coisa, basta que você, querida leitora desse site, saiba quem são as pessoas que estão por trás dele. Nós somos humanas, nós somos amigas e cuidamos uma da outra. É por isso que, talvez, o PB seja um dos sites com maior “calor humano” do nicho de beleza. É que nós passamos pra vocês o que somos entre nós. Não somos meninas ricas mostrando look do dia. Somos amigas, parceiras, chatas, problemáticas e muitas outras coisas que, vez ou outra, mostramos por aqui.
FONTE: GOOGLE
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