Crianças podem 'falar' e pedir ajuda através de desenhos. Fique atento!
Desenhar é um dos passatempos preferidos da criançada. Com papel e lápis na mão, os pequenos ficam livres para soltar a imaginação. Mas você sabia que através desses desenhos e de outras brincadeiras lúdicas dá para interpretar o que eles estão sentindo? Isso se faz com a Ludoterapia. Um desenho feito pela menina Luana Novaes do Carmo, de 12 anos, quando tinha apenas 5, chocou e mudou a vida da família, que é de São Paulo.
A garota desenhou a mãe de um jeito que Luciana Guilherme Novaes nunca esperaria. "Ela veio toda feliz e me disse: "Mamãe, fiz você!". Aí eu respondi: "Que lindo!". Peguei o desenho, sentei e chorei porque foi um choque ver que ela me desenhou como um monstro, soltando fogo", contou. Segundo Luciana, tudo começou após o nascimento da filha caçula. "Foi depois do nascimento da Júlia que ela começou a expor certas coisas em desenhos. Nessa época, ela ficava sempre sozinha, se excluindo da família. E eu estressada, trabalhando. Quando veio o desenho, foi culpa total", lamentou.
O desenho é algo que comunica. Muitas vezes, a criança está pedindo ajuda"
Andreia Calçada, psicóloga
A psicóloga Andreia Calçada, especialista em Ludoterapia, foi quem ajudou Luana e Luciana. Ela alertou que o desenho pode ser um pedido de ajuda. "O desenho é um sinalizador, é algo que comunica. Muitas vezes, a criança está pedindo ajuda e, se os pais tiverem esse olhar, já é um ponto de partida. Às vezes, eles mesmos conseguem solucionar o problema. Quando a situação é mais grave, claro que vão precisar de ajuda especializada", explicou.
Durante o tratamento, Luciana e Luana se reaproximaram. "A gente começou a conversar mais. Eu deixava a Júlia com a minha mãe, com a minha irmã, até com o pai dela, para poder sair sozinha com a Luana. Também perguntava como tinha sido o dia dela na escola. Foi assim que a gente passou a se aproximar mais e ela parou de desenhar", contou Luciana. "Hoje ela é minha melhor amiga", completou Luana.
A psicóloga faz alguns alertas. Nos desenhos das crianças, é bom ficar atento aos tamanhos, tipos de traçados, cores e até ao perfeccionismo. "Crianças com rigidez no desenho, com perfeccionismo, com detalhismo excessivo, aos quatro, cinco anos, não é comum. Ela desenha, apaga, diz que não está bem feito... Daí a gente começa a trabalhar com esses pais a diminuição da cobrança frente a essa criança", explicou Andreia.
FONTE: TV GLOBO
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