quarta-feira, 6 de julho de 2011

A BUSCA DO AMOR

 
Em plena juventude, como fruto verde que aguarda a primavera, esperei intensamente pelo amor.

Todas as manhas, abria a janela de minha alma e esperava que o novo dia me trouxesse o amor.

E porque ele tardasse a chegar, fechei as portas e janelas, selei os portoes e sai pelo mundo.

Andei por caminhos inumeros e estradas solitarias. Por vezes, ouvia o cortejo do amor que passava ao longe. Corria e o que conseguia ver era somente coraçoes em festa, risos de alegria. O amor passara e eu continuava só. 




Algumas noites, chegando as cidades com suas mil luzes piscando vida, ousava olhar para dentro dos recintos. Viam todos acalentando filhos, cantando doces cançôes  de ninar, casais trocando juras, crianças dividindo brincadeiras entre risos.

Em todos estava o amor. Somente eu prosseguia solitario e triste.

Depois de muito vagar, tendo enfrentado dezenas de invernos, resolvi retornar.

De longe, pude sentir o perfume dos rios. Quando me aproximei, pude ver o jardim saudando-me. 





Você voltou! - Falaram as rosas, dobrando as hastes da minha passagem.

Seja bem-vindo! - Disseram as margaridas, agitando as corolas brancas.

É bom te-lo de volta! - Saudaram os girassois, mostrando suas coroas douradas.

Tanto tempo havia se passado e, de uma forma magica, os jardins estavam impecaveis. As cores bem distribuidas formavam arabescos na paisagem.

Uma emoção  me invadiu a alma. Abri as portas e janelas do meu ser. Debruçado a janela da velhice, fitando a ponte que me levará para além desta dimensão, o amor passa por minha porta. 




Apressadamente, coloco flores de laranjeira na casa do meu coração. Atapeto o chão para que ele entre, iluminando a escuridão da minha soledade.

Tremo de ternura. Já não sofro desejo, nem aflição.

Os olhos felizes do amor fitam os meus olhos quase apagados,reacendendo neles a luz que volta a brilhar.

Ha tanta beleza no amor que me emociono.

Superado o egoismo, não lhe peço que entre e domine o meu coração rejuvenescido.

Em razão disso, agora que descubro de verdade o que a o amor, não o retenho. Deixo-o seguir porque amando, ja não peço nada. Agora posso me doar aos que vam atrás, em abandono e solidão. 





Aprendi a amar.
 
Feliz é  a criatura que descobriu que o melhor da vida é amar.

Feliz o que leu e entendeu o Cantico do pobre de Assis: É dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado, é melhor amar que ser amado.

Por ser de essencia Divina, o amor supre na criatura todas as suas necessidades e a torna feliz, mesmo em meio as dificuldades, lutas e tristezas.






 

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