quarta-feira, 14 de março de 2012

SIMPLESMENTE MÃE



"Enquanto outras crianças comiam doces no café da manhã, eu tinha que engolir um copo de leite. Enquanto os outros bebiam refrigerantes o dia todo, minha mãe dizia; “Água ou limonada são muito mais saudáveis”. Ela insistia em saber onde eu estava o tempo todo. Dava até para pensar que eu era o seu pequeno escravo. Ela fazia questão de ficar a par de tudo o que eu fazia e quem eram meus amigos. Confesso, envergonhado, que às vezes até levava umas palmadas dela. Imaginem só, bater numa criança só porque ela respondeu mal ou desobedeceu. Minha mãe ousou quebrar a Lei de Proteção ao Menor.


Verdade! Ela me fazia trabalhar. Eu era obrigado a lavar a louça, arrumar minha cama e guardar minhas roupas. Enfim, todas essas coisas horríveis que fazem parte do trabalho doméstico.
Ela insistia em que eu devia falar sempre a verdade e nada mais do que a verdade. E dizia: “Uma mentira leva a outra e cada vez fica mais difícil voltar à verdade”. Ela sempre me obrigava a fazer a lição de casa antes de brincar e eu só tinha permissão para assistir a determinados programas de televisão que ela mesmo escolhia. E tudo isso sem mencionar que eu tinha que dormir cedo. Sempre eu tinha aquela sensação de que minha mãe era a mãe mais chata do mundo. Podia eu fingir que estava doente para tentar ficar em casa num dia de chuva e faltar à aula? Jamais! E ainda mais exigia de mim boas notas na escola. Inadmissível um vermelho no boletim.


Às sextas feiras à noite tínhamos reunião de família (que chatice), enquanto meus amigos iam ao cinema e organizavam festinhas. Quando adolescente, poucas coisas mudaram. Enquanto meus amigos ganhavam seus próprios carros, eu tinha que trabalhar para poder comprar o meu. Eles ganhavam mesadas dos pais, mas eu era obrigado a prestar contas de todos os meus gastos. E sempre com minha mãe atrás, consegui completar (e com esforço) o colegial. E em seguida, a faculdade. Mamãe jamais me perdia de vista, vigiando-me para que eu sempre enfrentasse a realidade, sem jamais poder me esquivar de alguma situação difícil e, é claro sempre, exigindo que eu falasse unicamente a verdade.


Mamãe obrigou-me a crescer como adulto honesto e educado temente a Deus e com um amor que só hoje posso compreender. A mãe mais chata do mundo é a pessoa que me tornou o homem respeitado de hoje. Por sua vez, quando vieram as dificuldades de alguns daqueles amigos que obtinham tudo sem qualquer esforço, com uma mãe bacana ”demais” – então eu entendo e dou mais valor à minha mãe. Ela me ensinou a dar o verdadeiro valor às coisas, com ela aprendi a pensar não somente em mim, mas também na família e nos amigos, a lutar com empenho pelos meus ideais e a dizer sempre somente a verdade. Agora quando meus filhos chamam a mim e minha esposa de chatos, pelas mesmas razões, fico tranqüilo e tenho certeza de que, algum dia, eles compreenderão porque são o que há de melhor em nossas vidas." ( autor desconhecido)













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